O fantástico mundo dos anúncios de emprego & companhia.
Hoje todos fazem (ou têm de fazer) tudo. E não fazem nada.
Os anúncios de emprego são, cada vez mais, escandalosos. As condições que oferecem - precárias - relativamente à máxima experiência e conhecimento solicitado é ridiculamente real. Os requisitos são muitos e, a troco disso, oferecem amavelmente uma cadeira e um computador (pensemos que sim). Pagamos para trabalhar e para ganhar Curriculum. Quem o já tem, tem de mais. Ou detém um grau académico demasiado elevado ou não aceita as condições oferecidas.
Hoje são fotógrafos os que têm um iPhone 6 ou o último modelo da Samsung. Outros designers pelas acessíveis ferramentas de edição de imagem. Ainda temos os que facilmente montam um Site mas que dificilmente resolvem os problemas que surgem posteriormente.
A sociedade quer tudo e não se satisfaz com nada. Somos especialistas em tudo (assim o querem algumas empresas) a troco de pouco (e, já muito nos ajudam, dão-nos Curriculum e aceitam-nos nas suas empresas). Somos especialistas em tudo. Temos fácil acesso a uma quantidade astronómica de informação. Encontramos (de) tudo na Internet. Será que a veracidade importa? A fonte? Esta informação é relevante e preciosa mas deve ser seleccionada. É importante sermos autodidactas e aprendermos mais, mas isto não nos faz especialistas em determinada área. É importante que estudemos e que aprofundemos o conhecimento mas é importante que nos abram as portas e que percorramos o nosso caminho. Afinal, como conseguiremos chegar ao número de anos de experiência solicitado num anúncio de emprego se não nos abrem a porta? Ou se não nos mantêm?
É necessário termos conhecimento de áreas distintas mas é igualmente necessário focarmo-nos e especializarmo-nos em determinada área.
Todo o trabalho tem o seu mérito. Todo o trabalho deve ser recompensado. É necessário que as empresas invistam nas pessoas. Que as formem. Que as sustentem. Que as premeiem. Que as corrijam. E que não puxem os cordões à bolsa e que fujam às suas responsabilidades. Que estejam em constante mudança e que não cresçam como poderiam crescer.
Muito vos contei?
Maria Inês,
Muito me contas